sexta-feira, 10 de julho de 2015

O potencial das brincadeiras 

Além de ser uma maneira acessível das crianças fazerem a sua leitura do mundo, a brincadeira possibilita o desenvolvimento de aspectos físicos, motores e cognitivos, bastante indispensáveis para a saúde e bem estar delas. Valores como companheirismo, autonomia, liderança e solidariedade também estão embutidos em diversas formas do brincar. Por isso, a defesa de que as escolas respeitem o tempo das brincadeiras, sem que seja colocada nelas, intencionalmente, uma proposta de aprendizagem ou a interferência de adultos.
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A experiência da brincadeira, por si só, acaba por contemplar um potencial educativo, visto que estão colocadas nessas situações a imaginação e a criatividade da criança, e o envolvimento do corpo e mente.

"Nada ilumina tanto o cérebro quanto o brincar" 

Para o pesquisador, embora o brincar seja comumente associado à infância, o ato não deve se limitar a essa fase da vida. A perda dessa capacidade, bem comum na fase adulta, em sua análise, diz de uma perda de cultura.
Brown reforça que a brincadeira não precisa de outro propósito que o simples fato de brincar; e que, exigir além disso é deslegitimar o ato. Nessa perspectiva, coloca que as brincadeiras podem estabelecer conexão somente com o corpo, ou deste com algum objeto e que, de qualquer forma, parte de uma curiosidade, de uma necessidade de exploração.
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Outro ponto, em sua leitura fundamental para o desenvolvimento dos indivíduos, é o brincar como elemento social que faz com que as crianças identifiquem a si mesmas e aos outros, e estabeleçam seus modos de convivência, suas regras e percepção do coletivo. Por isso, defende: "as crianças na pré-escola deveriam poder mergulhar, bater, assobiar, gritar, serem caóticas e desenvolverem através disso muito de sua regulação emocional e muitos outros sub produtos sociais - cognitivos, emocionais e físicos que fazem parte do ritual de brincar".
O especialista convida às pessoas, essencialmente as adultas, a buscarem em suas memórias lembranças de antepassados relacionadas ao brincar, como durante as férias ou em algum aniversário. E sugere que, cada um, avalie como esse momento se conecta à vida atual, como forma de resgatar o papel estruturante da brincadeira.


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